"138.
Eu sei que eu pendi
numa árvore balançada pelo vento
por nove noites inteiras,
ferido por uma lança, e dedicado a Odin,
eu mesmo a mim mesmo;
naquela árvore que não sei
de onde suas raízes vêm.
Veit ek at ek hekk
vindga meiði á
nætr allar níu
geiri undaðr
ok gefinn Óðni
sjálfr sjálfum mér
á þeim meiði
er manngi veit
hvers hann af rótum renn "
O Havámál (Palavras do Altíssimo) verso 138 - Eddas Poéticos - Tradução de Elton O. S. MEDEIROS
ODIN - Óðni - O Pai de Todos
Outros nomes e títulos: Odhinn, Wotan, Wodanaz, Wode, O Pai Supremo, Alfadhir, Grimnir, o encapuzado; Ganglery, o andarilho; Har, o caolho, Svipal, o que mudava de forma; Fjolnir, o que se escondia; Sigfadhir, o pai das vitórias; Galdrfadhir, o pai das canções mágicas; Harbardr, o barbudo grisalho; Offlir, o estrangulador; Svafnir, o que adormecia os escolhidos; Hangatyr, o Deus dos enforcados; Valfadhir, o Pai dos caídos em batalha; Svithur, o sábio; seus nomes são "tantos quanto os ventos e as formas de morrer. - Neil Gaiman" . Entretanto Wodanaz é o nome mais antigo, precursor de Thor e Tyr.
Planeta correspondente: Mercúrio
Elementos: Ar, fogo
Animais Totêmicos: Cavalo, corvo, lobo, serpente e águia
Cores: Azul, índigo e cinza
Árvores: Cedro, freixo e teixo
Plantas: Amaranto, cogumelos sagrados, mandrágora, sangue-de-dragão
Pedras: Turquesa, esmeralda, sardônica, opala de fogo, rubi-estrela, ônix
Metais: Ouro, prata, ferro, mercúrio
Símbolos: Lança, espada, escudo, cajado, anel, manto azul-escuro com capuz, valknut (três triângulos entrelaçados), nós em movimentos serpentilíneos, fylfot, trefot (símbolo tríplice), bastão em forma de serpente, as estrelas Capella, Corona Borealis e a constelação Ursa Maior (também chamada de Carro de Odin)
Dia da semana: Quarta-feira - É o melhor dia para oferendas a Ele e para invocar o dom da inspiração. Sábado - Para práticas.
Datas de Celebração: 30/04 (Walpurgidnacht), 18/08, 2/11, 6/12
Runas: Ansuz, Gebo, Wunjo, Eihwaz, Othala, Dagaz
Oferendas: Hidromel, cerveja preta, pão, vodka, vela preta
Palavras-chave:
Domínio
Poder
Magia
Sabedoria
Sobre Odin:
A natureza de Odin é misteriosa e paradoxal. Apesar de se ser um Deus da guerra, Odin se encaixa melhor como a figura de um sábio mago andarilho que perambula entre os Nove Mundos disfarçado de poeta, xamã e guerreiro para adquirir e repartir conhecimentos e informações. Não costumava participar de batalhas, mas promovia e incentivava as disputas sendo um mestre na arte do disfarce.
Odin sacrifica a si mesmo enforcando-se em um galho da árvore sagrada Yggdrasil para alcançar o mistério das runas. Uma de suas dádivas para a humanidade foi tornar compreensíveis os mistérios cósmicos aos quais ele teve acesso, revelados nos símbolos das runas, no dom da poesia, na eloqüência da linguagem e na habilidade artística. Torna-se, assim, o Mestre da Inspiração, o Senhor da Sabedoria Mágica, que Ele revela aos buscadores ao conduzi-los pelos vários estados de consciência.
Para a mente racional parece muito difícil compreender e aceitar a jornada iniciática de Odin como aprendiz e não como um Deus. Mas deve-se lembrar no entento, que os Deuses Nórdicos eram mortais (não fossem as maçãs mágicas de Idunna) e seus mitos descreviam experiências e conquistas inerentes à existência humana, servindo de exemplo para os homens. Odin não nasceu Deus onisciente e poderoso; ele foi se aperfeiçoando e progredindo, saindo de uma posição inferior na hierarquia divina e se elevando, por meio de sua determinação e dos sacrifícios feitos para alcançar a sabedoria. Passou, assim, da condição de Odin para a de Deus Odin. Odin personifica o arquétipo universal e eterno do xamã, que adquiriu sua sabedoria de trêsmaneiras:
• Pelo sacrifício iniciático na Árvore do Mundo, por nove noites
• Pelo sacrifício de seu olho (da razão) para beber da fonte de Mimir
• Pela ingestão diária de Odroerir, o elixir da inspiração, essência da consciência divina dos Ases e Vanes
Odin busca também outras fontes de informação: seus dois corvos Huginn (pensamento) e Muninn (memória). Ele aprendeu com Freyja a arte da magia seidhr, prática baseada em rituais sexuais, transe divinatório e metamorfose. Cavalgando Sleipnir, o cavalo com oito patas desloca-se para o mundo subterrâneo, até o portal do reino de Hel para obter informações de uma sacerdotisa morta (prática denomina da necromancia). Um dos poemas antigos descreve a insistência com a qual Odin obriga a relutante völva (ou vala) a lhe responder.
Em algumas gravuras antigas Odin aparecia sentado em seu trono cercado por seus acompanhantes e objetos mágicos. Ele tinha como auxiliares os corvos Huginn e Munnin, os lobos Geri e Freki o cavalo Sleipnir; como objetos mágicos, levava Gungnir — a poderosa lança de três lâminas, com a ponta em forma de corvo e que jamais errava seu alvo —, a espada Brimir, o elmo de ouro com chifres, o escudo branco e o anel Draupnir.
No Ragnarök, Odin, em sua representação de Deus da guerra — armadura de couro e metal, elmo ornado com chifres, tapa-olho de metal e equipado com todas as suas armas, conduzirá Deuses e guerreiros mortos para a batalha final, na qual sucubi rá, devorado pelo lobo Fenrir, mas será vingado pelo filho Vidar.
Se quiser se aprofundar mais sobre o assunto, aqui estão algumas sugestões de leitura:
- Mistérios Nórdicos - Mirella Faur
- The galdrabók grimoire
- Hávamál: tradução comentada do Nórdico Antigo para o Português - Elton O. S. MEDEIROS
- Eddas Poéticos
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