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Conhecendo um pouco sobre o fenômeno dos Bruxos Trans Espécies

Atualizado: 2 de set. de 2021


Nota importante: O texto tem por meio a informação e mesmo entreter com base em estudo subjetivo não tendo como objetivo anular qualquer conhecimento que rume em outra direção. A intenção é somente trazer conforto às pessoas que eventualmente estejam em situação semelhante, não subtraindo qualquer outra opinião seja pessoal ou de terceiros em especial, capacitadas a repeito das questões psicológicas do enfrentamento do questionante. Desde já agradeço seu tempo e interesse. Boa leitura. Junnýperos Cordeiro

Algo mudara em Anastácia. Não subitamente, mas de uma forma gradual. A princípio somente as pessoas mais próximas percebiam, mesmo que não soubessem dizer do que se tratava. Depois de um tempo ela própria teve de admitir que algo mudara nela, mesmo que em segredo, pois agora a magia que ela executava era outra: era uma magia de fada. Negando a princípio, depois admitindo aos poucos, devido ao grau de sucesso e refinamento que a magia havia alcançado. A magia de antes se mostrava infrutífera, mas essa nova, era excepcional. Anastácia havia se tornado uma bruxa fada. Por mais estranho e inacreditável que pudesse soar. Seus feitiços eram agora diferentes, quase que seguindo um método próprio, e em contrapartida havia outros que ela não executava mais, ou simplesmente desprezava. Com o tempo ela já admitia intimamente sua nova condição. Ela que sempre havia pesquisado e amado o mundo feérico era agora pertencente a ele.


Mas como, quando e por que isso aconteceu? Foi de propósito? Obra de algum feitiço, ou de alguma fada? Por que algumas pessoas parecem “mudar de espécie” magicamente falando?


Entretanto e apesar de tudo, não há nenhuma razão para se preocupar, seja por imaginar que a situação possa lhe causar transtornos, seja pela singularidade ou pelo estranhamento que a situação possa causar. Ela não está sozinha nisso: milhares de praticantes de artes mágicas passam pela exata mesma situação. Obviamente não são todos exatamente fadas, mas sim, as mais variadas figuras como nereidas, gnomos, duendes, anões, elfos, dríades, centauros, dragões, lobos, leões, tigres, harpias, corujas, águias, elementais da água, fogo, terra e ar, vampiros, lobisomens e incontáveis outros. O extenso exemplo é apenas para se ter noção da variedade de pessoas que mudaram a espécie de sua essência interior: se tornaram “trans espécies essenciais”.



A lógica da trans especiação essencial


A trans especiação essencial é o conceito onde o bruxo por meio de um processo intencional ou não, mesmo que subconsciente, muda sua essência interior em tempo integral, parcial, temporariamente ou definitivamente, podendo este ocorrer por meio automático, natural, ritualístico, revelação divina, ou mesmo forçado (transubstanciação essencial evolutiva e involutiva, ascensionada ou amaldiçoada), onde o corpo físico é reduzido a um simulacro humano, que por vezes acaba ainda refletindo fisicamente nuances da nova essência, onde consequentemente a essência humana “morre” total ou parcialmente, dando lugar a outra, dando a lugar a um novo ser, uma nova entidade encarnada, dando assim ao bruxo uma nova roupagem espiritual, mental e mágica. Noutras palavras se torna uma nova espécie estando ligada a questão humana apenas pelo simulacro e sua manutenção e proteção ao plano físico, ou por outra adotada como ligações de sangue, etc.

A essência é consumida pela nova por vezes de forma gradual e silenciosa, porém quando em estado avançado é inegável que algo incomum está ocorrendo e mesmo iludindo-se já sabe ter se tornado “outra pessoa”; um ressurrecto trans espécie.

O motivo para o fenômeno que diferencia em definitivo um ressurrecto trans espécie de um otherkin são seus meios de conversão em geral, causados pelo convívio mágico com a essência matriz, ou mesmo pela necessidade de renascer como um novo ser capaz de derrubar um obstáculo ou de evoluir. O espírito e a força de vontade encontram seus meios para vencer os desafios dando suporte a mente consciente, mesmo que seja redesenhando a si mesmo, se necessário for. Noutras palavras, para o bruxo são coisas como seu refinamento da magia, coisas que por vezes possam estar se tornando impossíveis para sua versão humana, mas como nova espécie a margem de sucesso aumentaria consideravelmente.


Toda a mudança em si não ocorre por estética e sim por busca de resultados, o que leva-se a não recorrer a mudança de essência forçada: ela deve ocorrer naturalmente e ocorrerá de fato, se houver necessidade. O processo não é de todo estranho para aqueles que estão familiarizados com totens ou animais espirituais, apesar de diferir de evocação ou incorporação: a reestruturação ocorre muitas vezes aquém do conhecimento do próprio magista, que nem sempre percebe o quanto está mudando, mas muitas vezes é perceptível as pessoas ao redor, que “a pessoa está mudando de alguma forma incompreensível”.Tal qual o guerreiro berserk, cujo âmago através de seus meios e de autossugestão, encontrou no urso o ideal de guerreiro invencível e animalesco, ele não o invocava ou incorporava, ele se tornava o próprio urso em toda sua fúria e força, distinguindo aliados de adversários ante sua voracidade bélica, enfrentando nu, vestido apenas de uma pele de urso a qualquer oponente independente de quantidade de forma inaplacável (chegando ao ponto de morder as bordas de escudos inimigos), abrindo precedente para literais metamorfoses, dando origem a uma cepa totalmente nova de consciência mágica, que aliado a esforço e a busca pelo conhecimento pode resultar num grande ganho para a magia em geral. Quanto a parte ritualística, devido a cada pessoa ter um trato único com as entidades é demasiado subjetivo, devendo ficar ao encargo do próprio bruxo ou de pessoas capacitadas e de confiança do mesmo, para obtenção de êxito.


Trans espécie forçada: transformando pessoas em sapos


É comum em certos contos pessoas das mais variadas serem transformadas em animais por bruxas, em sapos, cisnes e inúmeros outros. Mas qual o fundo psicológico e útil para a magia disso? A mudança por parte de interferência de divindades é quase sempre bem-vinda e para melhor, salvo como ocorreu com certo rei bíblico que passou temporariamente para um estado feral, temos também a mudança causada por sugestão de terceiros: bruxos capacitados de certos dons. O recurso já é usado a tempos para subjugar e rebaixar psicologicamente os desafetos e oponentes do bruxo, transformando-o psicologicamente em algum ser repulsivo incapacitando-o de praticar magia ou outros atos específicos enquanto estiver sobre esse estado de jugo. Entretanto isso exige grande conhecimento tanto de magia quanto de psicologia por parte do magista, caso alguém se preocupe com o fato se tornar moa. Além disso, é reversível por meios comuns à magia.


ATENÇÃO: Este texto foi escrito pelo Junnýperos Cordeiro que gentilmente deu a sua permissão para reproduzi-lo aqui na Axioma.



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